Olá meus amigos e colegas de profissão, tudo bem?. Já ouvi ou li bastante relatos de operadores de empilhadeira, formados, que ainda tentam uma oportunidade para ingressar na área, ou até outros que desistiram. Como é o mercado do ponto de vista de quem já atua? É o que veremos a seguir em mais uma matéria no blog Eu Amo Empilhadeira.
Acredito que em todas áreas profissionais exista dificuldades. Seja elas por pouca oferta de trabalho devido a crise de alguns setores, por falta de valorização da categoria, ou pisos salariais baixos. No nosso ramo não é diferente. Para exercer a profissão de operador de empilhadeira, por lei é necessário capacitação e certificação. Isso tem um custo que eu prefiro chamar de investimento. E falando em curso..
Fiz meu curso em 2009, sem muitas pretensões, na época, a economia do país estava aquecida e por conseguinte nas fábricas e indústrias tinha muita oportunidade de emprego.
A maioria das pessoas que fazem o curso de operador de Empilhadeira esperam um retorno rápido quanto a uma oportunidade de emprego, o que pode deixar muita gente frustada.
Investimos em nós, pagamos pelo curso, o problema é que muitas empresas não contratam sem uma experiência mínima, e o curso por si só não garante o emprego desejado, tem sido assim o mercado de trabalho. Veja, quando comecei, não comecei direto na empilhadeira, iniciei em uma empresa de logística e fabricação de embalagens como Auxiliar de Produção, pois é, as vezes temos que diminuir para crescer. Lembro quando via as máquinas passando pela produção, eu perdia o foco na atividade a ponto de ser chamada a minha atenção pelo encarregado.
"Eu sonhava em trabalhar com aquela Empilhadeira amarelinha de nome Hyster. Já tinha feito o curso, estava no currículo no campo das qualificações e se por um acaso a empresa precisa-se, estaria tudo no jeito. E foi o que aconteceu."
Tinha operador com férias vencidas, outros adoentados, um que ia fazer uma cirurgia, e então lembraram do novato que tinha o curso de operador de empilhadeira pelo Senai-SP, que fora recém admitido.
"Quando comecei não foi fácil, tinha gente lá que torcia contra, tavam com raiva pela oportunidade que me deram, eles tinham vontade de trabalhar na área, mas nenhum tinha o curso, quatro, cinco anos de firma e nem correram atrás poxa" (Operador Rogério)
As empresas quando tem o intuito de promover alguém para operar uma máquina, veículo automotor como a Empilhadeira, precisa dar um treinamento a pessoa antes de colocá-lo provisoriamente ou em definitivo na função. Isso quem estabelece é a NR 11, e é muito importante, pois o operador consegue sentir o material e ambiente que irá atuar, e quando se sentir preparado avisará seu instrutor e os departamentos necessários e começará a por em prática tudo que aprendeu. Comigo foi assim, fora o curso do Senai, treinei por 2 semanas antes de cobrir um outro operador. Fui mais seguro para fábrica, mas a tensão sempre existia, o treinamento a qual me referi, dando exemplo, ocorre quando há processos seletivos internos, oportunidades destinadas aos que já são colaboradores.
"Fico triste ao ler comentários em postagens no Facebook, no YouTube, em que pessoas estão buscando uma primeira oportunidade há anos". Não é fácil ingressar, de 2014 pra cá tem sido pior, tem empresas que se não tiver uma indicação forte fica difícil. Digo a vocês que é melhor tentar outro cargo e lá dentro quem sabe né, almejar a Empilhadeira, isso claro, se for em uma boa empresa, é crise, e não importa a área, tem engenheiro que hoje tá de Uber, mas não deixou de ser engenheiro (Rogério)".
Muitos operadores formados ou desempregados até pensam em desistir, tentar a sorte em outro ramo, outros já nem buscam mais, mas guardam todo conhecimento adquirido com carinho. Estamos em 2018, o mercado de trabalho não tá fácil, muitas pessoas desempregadas procurando uma recolocação, muita terceirização também, fazendo os salários diminuírem bastante, temos que se aperfeiçoar, buscar o conhecimento e a prática em todo tipo de empilhadeira e dispositivos, isso pode ser um diferencial.
Outro fator é que muitas empresas estão formando internamente seus operadores, oferecem na maioria das vezes salários abaixo do piso, capacita-o ali e ele atende as necessidades de movimentação daquela empresa.
"Geralmente ajudantes e conferentes ficam com essa missão e obviamente as chances dos que buscam lá fora uma primeira oportunidade diminui, No atacadão Assaí é assim, ou pelo menos foi pois participei de um processo seletivo em 2015 lá, e na sala avisaram que operadores de Empilhadeira eles formavam internamente, tive que me retirar, e ao saber o salário, nossa.. era a metade que ganhava em uma outra empresa, cê é Loko cachoeira" (Rogério, Operador)
Contudo, desejo toda sorte do mundo aos que estão nessa busca por uma primeira oportunidade ou uma recolocação. Os nossos sonhos são como uma bússola, nos direciona, nos move. Nossa área, nossa categoria não é profundamente representada no campo sindical, a muito para melhorar, não só na questão dos proventos, mais também na legislação que permeia a atividade em si, que acredito em particular que é muita raza, muito superficial.
Deus abençoe você, Perseverem, até mais!
(Rogério Silva)
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